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O AECF E O SECTOR PRIVADO LEVAM O SUCESSO DA ENERGIA SOLAR PARA ALÉM DA ÁFRICA ORIENTAL
O continente africano precisa de adotar plenamente os Objectivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) para realizar todo o seu potencial. Enquanto o ODS 7 aborda especificamente a energia limpa e acessível e a garantia de acesso a energia fiável, sustentável e moderna para todos, vários outros ODS são sustentados pelo papel central que o acesso à energia desempenha na sua consecução, nomeadamente a educação, a saúde, a segurança alimentar e a erradicação da pobreza extrema.
O mero acesso à energia não é suficiente. Do ponto de vista financeiro e ambiental, um plano sustentável garantiria que o acesso a energia limpa e a preços acessíveis e os benefícios que daí advêm não se esgotariam. A melhor forma de o conseguir é através da cooperação com o sector privado para garantir um elemento de lucro que incentive o sector privado a tornar-se efetivamente um parceiro de implementação.
O Africa Enterprise Challenge Fund (AECF), através da sua abordagem inovadora de financiamento, alavanca e incentiva os investimentos do sector privado em várias soluções fora da rede, demonstrando a possibilidade de fornecer soluções de energia limpa às zonas rurais. É também com grande prazer que posso dizer que o AECF foi um dos catalisadores fundamentais que apoiou o aparecimento, e subsequente expansão, de soluções fora da rede fornecidas por empresas como a M-Kopa, a Mobisol, a Off-grid Electric, a Fenix International e outras. Graças àquilo a que eu chamaria uma mudança de paradigma, a comunidade empresarial em geral compreende agora, de uma forma muito melhor,o modus operandi emque pode fornecer, com sucesso e de forma rentável, soluções energéticas a comunidades rurais que não estão ligadas à rede. Os investimentos do AECF criaram, de facto, toda uma nova indústria ambientalmente sustentável que trabalha em benefício de comunidades historicamente mal servidas e marginalizadas.
Por conseguinte, deve ser visto como um passo natural para o AECF desempenhar a mesma função transformadora para além da África Oriental com o lançamento de um fundo de investimento de 10 milhões de dólares no Malawi, Zimbabué, Zâmbia e Serra Leoa. Tendo em conta a nossa experiência na utilização do financiamento do AECF para alavancar os investimentos do sector privado, espera-se que o montante total do investimento no espaço nascente da energia solar no Malawi, Zâmbia, Zimbabué e Serra Leoa seja da ordem dos 40 milhões de dólares nos próximos 4 a 5 anos. Trata-se de um primeiro passo e de uma base sólida, que promete reproduzir o êxito transformador alcançado pelo sector privado na África Oriental nos últimos 5 anos.
O blogue foi escrito por Stawicki Boleslaw, Gestor de Programas, AGRA. A janela REACT HS é financiada pela ajuda do governo do Reino Unido.